30 janeiro, 2007

Bienal: Alienação da UNE

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19 janeiro, 2007

Chávez apóia ocupação no Brasil de empresas prestes a quebrar

Uma amostra do projeto socialista do presidente Hugo Chávez já cruzou as fronteiras da Venezuela e chegou ao Brasil. Mais precisamente a três fábricas no interior de Santa Catarina e de São Paulo.

As três empresas, do setor plástico, são administradas por funcionários ligados a um movimento, também de orientação socialista, que prega a "ocupação" pelos empregados de companhias prestes a fechar as portas, como uma tentativa de manter os postos de trabalho. As fábricas já receberam um carregamento de matéria-prima subsidiada do governo venezuelano. O lote para este ano deve chegar nos próximos meses, segundo a coordenação do movimento.

Chávez - que durante seu discurso de posse na semana passada disse que levará a Venezuela ao "socialismo do século 21" - é um entusiasta dessas "ocupações". E apóia, na Venezuela e em outros países latino-americanos, movimentos semelhantes. Há dois anos, chegou a declarar num encontro em Caracas: "Fábrica quebrada deve ser fábrica ocupada pelos trabalhadores" . Há dezenas de empresas ocupadas na Venezuela atualmente. Pelo menos 12 já receberam injeção de recursos do governo - algo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resiste em fazer, apesar da reivindicação dos trabalhadores das fábricas.


As empresas brasileiras beneficiadas por Chávez são Cipla , Interfibra (ambas em Joinville, SC) e a Flaskô (em Sumaré, SP). Ao todo, elas empregam 1.300 funcionários - 900 só na Cipla - e têm entre seus clientes grandes marcas como Mercedes-Benz e Petrobras .


O primeiro carregamento, de polietileno de alta densidade de sopro e de alto peso molecular de sopro, veio depois que representantes do chamado movimento das Fábricas Ocupadas participaram do 1 Encontro Latino-Americano de Fábricas Recuperadas por Trabalhadores, ocorrido em em outubro de 2005, em Caracas. Os brasileiros pediram e receberam a ajuda do presidente venezuelano, que participou do evento - e, à moda de Lula, posou com o boné do grupo brasileiro.


Pelo acordo, a Venezuela aceitou enviar o material com condições muito mais vantajosas do que as oferecidas pelos fornecedores brasileiros: um ano de carência antes do primeiro pagamento. A Braskem é hoje a principal provedora de matéria-prima para essas empresas.


"Estamos rediscutindo o fornecimento para este ano para as três fábricas. E, a partir de fevereiro ou março, teremos um novo carregamento" , diz Serge Goulart, coordenador do Fábricas Ocupadas.


Goulart - um veterano militante da esquerda brasileira e membro do diretório nacional do Partido dos Trabalhadores - não revela qual a quantidade ou o valor das remessas venezuelanas. "Faz parte do acordo manter em sigilo alguns dados", disse.


Além do pagamento, a contrapartida brasileira envolve transferência de tecnologia e conhecimento para a Venezuela, em um projeto de construção de uma fábrica de casas populares feitas de PVC - a Petrocasa, que está prestes a começar a operar em Valência, no Estado de Carabobo - e de um estudo sobre um projeto para a fabricação de tubos epóxi para transporte de petróleo.


A ajuda de Chávez às três fábricas tem uma motivação muito mais ideológica do que econômica. "As riquezas naturais [petróleo e seus derivados, no caso o polietileno] são também para ajudar os irmãos da América Latina", disse ao Valor o cônsul venezuelano em São Paulo, Jorge Luis Durán Centeno. "A relação com as fábricas ocupadas é uma forma de ajudar a comunidade, de dar um tratamento diferente", acrescentou ele. Para Centeno, "o presidente Chávez teve uma sensibilidade ampla em ajudar esse tipo de iniciativa".


Centeno disse ainda que as relações internacionais são feitas geralmente em nível governamental, mas que os apoios de movimentos sociais de diversas partes do mundo ao governo Chávez está mudando esse quadro. "Chávez quer que esse movimento [de aproximação] não aconteça só em nível de governo."


No ano passado, numa demonstração rara da importância que as fábricas conquistaram em Caracas, Centeno esteve pessoalmente nas três fábricas ocupadas ao lado do então ministro da Indústria Plástica da Venezuela, Elias Jaua, atualmente ministro da Agricultura e da Terra. Foi Jaua quem iniciou o trabalho de apoio direto às indústrias recuperadas, segundo o cônsul. O movimento negocia agora diretamente com a petroquímica venezuelana Pequiven , com o aval de Chávez, e com a atual ministra da Indústria, Cristina Iglesias.


O diplomata afirmou ainda que Caracas tem prestado apoios a movimentos de ocupação de fábricas em outros países da região, mas disse não conhecer detalhes sobre esses laços. Movimentos como esses já existem na Argentina, no Uruguai, na Bolívia, no Paraguai e na Venezuela. Mas Chávez assumiu o papel de uma espécie de patrono dos grupos. "Chávez é o único governante da América Latina que está disposto a se envolver e ajudar as fábricas ocupadas", diz Goulart.


Por enquanto, o movimento brasileiro de "ocupações" tem apenas as três fábricas. Mas sabe que se houver mais adeptos, poderá continuar contando com o apoio de Chávez. Ao ser perguntado se há outras iniciativas como essa voltada para o Brasil, Centeno disse que não, mas avisou: "O governo está totalmente à disposição de ouvir outros pedidos de apoio."


Mais em www.fabricasocupada s.org.br



Empresa de SP ainda dá prejuízo e funcionários querem ajuda do Estado
De São Paulo
17/01/2007


Foto. Sergio Zacchi / Valor
O eletricista Antônio Rodrigues, da Flaskô: empolgação pelo estilo Chávez
Nos corredores da Flaskô, a única fábrica apoiada por Hugo Chávez em São Paulo, nada indica, à primeira vista, que a empresa é comandada pelos próprios funcionários. Ainda há chefes e operários, os horários dos turnos continuam sendo registrados, a equipe de vendas negocia normalmente com clientes e a fábrica está na fase final da certificação de ISO 9000.


Mas, por trás das aparências, há um processo de comando e decisão nada convencional numa economia capitalista. A instância mais alta é a Assembléia Geral, composta por todos os 95 funcionários. Abaixo dela está o Conselho de Fábrica, com membros eleitos, que fazem reuniões semanais. As decisões mais difíceis - como quais contas pagar ou sobre cortar o próprio repasse previdenciário - seguem para a Assembléia.


Em 2003, depois de meses sem pagar salário, com cortes constantes de energia por falta de pagamento e quilos de processos trabalhistas por sonegação previdenciária, os donos da Flaskô (e também da Cipla e da Interfibra), Luis e Ancelmo Batschauer, estavam a caminho de fechar as portas da fábrica. Juntos, os dois são alvo de 430 processos em Santa Catarina, muitos por sonegação previdenciária.


Os empregados da Flaskô decidiram passar a tocar a empresa para tentar conseguir os recursos referentes à dívida trabalhista. O Valor tentou, sem sucesso, falar os Batschauer. O movimento é contra criar uma cooperativa. Não querem assumir o passivo dos antigos donos e querem manter direitos trabalhistas.


A inciativa remonta a ocupações feitas por anarquistas, comunistas, socialistas na Europa nos anos 20 e nos anos 60 e 70. Na Flaskô, muitos funcionários são admiradores Chávez. "Se os patrões no Brasil continuarem a explorar e a embolsar, a resposta vai ser com a de Chávez, que está implantando o socialismo na marra", diz o eletricista Antônio Rodrigues, de 58 anos.


A empresa vive no vermelho desde antes de os funcionários a assumirem, em 2003. O faturamento mensal é de R$ 1 milhão, e as despesas, $ 1,2 milhão. Como a maior parte da dívida é com o governo, os funcionários querem que o Estado estatize as três fábricas, mantendo-as sob o "controle operário". A opção é descartada por Brasília. (M.M.S.)


"A opção é descartada por Brasília"...Mas perdoar a dívidas dos usineiros latifundiários pode né?? FDP´s

16 janeiro, 2007

BB dá perdão bilionário para usineiros

Repactuação de débitos feita pelo banco no governo Lula ocorre em um dos períodos mais lucrativos da história para o setor

Benefício atinge ao menos 20 produtores, que têm pago em torno de 5% do devido; instituição diz que acordos ajudam a recuperar créditos

LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Num dos períodos mais lucrativos para os usineiros de cana-de-açúcar no país, o Banco do Brasil concedeu ao setor perdão de dívidas superior a R$ 1 bilhão, segundo documentos obtidos pela Folha.

O benefício foi garantido em repactuações de débitos fechadas no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sobretudo entre 2004 e 2006, referentes a empréstimos e financiamentos contraídos ou
renegociados na década de 90.

De 2003 para cá, o banco selou acordo com pelo menos 20 produtores, a maior parte do Nordeste. Apenas em quatro casos, a redução no valor alcança cerca de R$ 400 milhões.

Dois advogados ouvidos pela Folha com vários clientes nessa situação, que pediram para não ter seus nomes divulgados, disseram que o perdão para os 20 usineiros ultrapassa facilmente R$ 1 bilhão. O grupo
pernambucano União, por exemplo, pagou apenas 1,77% (R$ 3,7 milhões) dos R$ 208,63 milhões que devia originalmente.

Segundo o diretor de Reestruturação de Ativos Operacionais do BB, Ricardo Flores, a partir de 2003 o banco tomou a iniciativa de procurar os usineiros porque o setor entrara numa boa fase com o aumento do consumo de álcool por conta do lançamento de carros bicombustíveis. "Com o "boom" no setor, começaram a surgir as oportunidades para o banco recuperar o crédito", disse.

O setor sucroalcooleiro aumentou seu faturamento de R$ 2,02 bilhões em 2002, em números aproximados, para R$ 7,9 bilhões no ano passado, de acordo com dados levantados pela Tendências Consultoria.

Segundo Flores, cada caso é analisado individualmente. "O objetivo é recuperar o maior valor possível de crédito."

Nos acordos fechados até agora, os usineiros têm pago um pequeno percentual do total devido. Na média, os desembolsos feitos pelos produtores para zerar suas obrigações com o BB têm girado ao redor de 5% do total cobrado pelo banco.

"Pode parecer um valor pequeno, mas é uma grande vitória para o banco", disse Flores.

Segundo ele, a grande diferença entre o que os usineiros têm pago e o total devido decorre do uso, no passado, de indexadores para corrigir as dívidas considerados irreais diante da estabilidade econômica
a partir do Plano Real (1994).

Flores não nega nem confirma que os abatimentos ultrapassam R$ 1 bilhão. Apesar de afirmar que nada tem a esconder sobre as negociações e que todas as repactuações são públicas, ele não fala sobre o número global do perdão de dívidas alegando questões
estratégicas e de sigilo bancário.

Exemplos
No caso do grupo União, eram duas escrituras de confissão de dívida e duas cédulas rurais hipotecárias que somavam R$ 208,63 milhões. Pelo acordo, pagou R$ 3,7 milhões ao BB, mais o compromisso de repassar ao banco 25% de um crédito que tenta receber do Incra.

O Ministério Público Federal, no entanto, contestou o direito dos controladores da União ao suposto crédito devido pelo Incra, tendo obtido liminar suspendendo o processo de execução. Se o BB quiser se empenhar para receber esses recursos (cujo valor não foi revelado),
as custas processuais ficam por conta do banco.

Os outros três grupos são as destilarias Outeiro e Baía Formosa, do Rio Grande do Norte, pertencentes a Eduardo José de Farias, as usinas Cruangi, Maravilhas e Iplanor, em Pernambuco, de José Guilherme de Azevedo Queiroz, e a Companhia Açucareira do Vale do Ceará
Mirim, também no RN.

Os três grupos conseguiram abatimento total, em números aproximados, de R$ 189 milhões a R$ 255 milhões. De uma dívida de cerca de R$ 265 milhões, em valores da época em que os acordos foram fechados, entre 2004 e 2006, pagaram pouco mais de R$ 10
milhões.

No caso da Companhia Açucareira, a empresa não desembolsou nada. Cedeu o direito ao BB, no valor de R$ 66 milhões, de uma causa contra a União que já teria transitado em julgado. O banco, no entanto,
ainda não recebeu o dinheiro.

Fonte: Folha de São Paulo

Vá eu deixar uma dívida no BB...

Acusados de trabalho escravo financiaram 16 políticos em 2006

Empresas autuadas doaram R$ 550 mil nas últimas eleições. Dos beneficiários, a maioria é da base do governo Lula da Silva. Entre eles, os governadores Marcelo Deda (PT-SE) e Ana Júlia (PT-PA); os senadores José Sarney (PMDB-AP), José Maranhão (PMDB-PB) e Garibaldi Alves (PMDB-RN); o ministro de Lula Eunício de Oliveira (PMDB-CE); e deputados do PDT, PFL, PMDB, PL e PPS. Veja mais nomes e valores.

Por Tarciso Nascimento

Empresas autuadas pelo Ministério do Trabalho por manter trabalhadores em condições análogas à de escravo ou como co-responsáveis por esse tipo de exploração contribuíram com R$ 550 mil para a campanha de 16 políticos nas últimas eleições. Encabeçam a lista dos beneficiados dois governadores, cinco deputados federais e três senadores. Também receberam doações outros cinco candidatos que fracassaram nas urnas.

É considerada condição análoga à escravidão a situação em que o empregador não paga o salário do trabalhador e ainda retém a carteira de trabalho do empregado. Desde 1995, 21.538 pessoas foram resgatadas nessas condições em todo o país. Só no ano passado, 3.266 brasileiros mantidos em trabalho escravo foram libertados, segundo o Ministério do Trabalho.

Campanhas beneficiadas
Receberam recursos das empresas autuadas a campanha do governador de Sergipe, Marcelo Deda (PT), da governadora do Pará, Ana Júlia Carepa (PT), e dos deputados federais reeleitos Eunício de Oliveira (PMDB-CE), Olavo Calheiros (PMDB-AL) e Abelardo Lupion (PFL-PR) e dos novatos Giovanni Queiroz (PDT-PA) e Dagoberto Nogueira Filho (PDT-MS). Também foram financiados o senador reeleito José Sarney (PMDB-AP) e os senadores José Maranhão (PMDB-PB) e Garibaldi Alves (PMDB-RN), que disputaram sem sucesso a eleição para governador. Os dois, no entanto, ainda têm mais quatro anos de mandato.

O levantamento realizado pelo Congresso em Foco cruzou informações do Ministério do Trabalho com as prestações de contas dos candidatos no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Juntas, a Siderúrgica do Maranhão (Simasa); a Siderúrgica Gusa Nordeste; a Agropecuária Mirandópolis; a Pinesso Agropecuarista e a Jorge Mutran Exportações e Importações doaram R$ 262 mil aos parlamentares eleitos. Já a Viena Siderúrgica S/A contribuiu com R$ 50 mil para dois candidatos que não se elegeram (veja a relação).

"Lista suja"
Essas seis empresas estão na "lista suja" do trabalho escravo, atualizada a cada semestre pelo Ministério do Trabalho. Mesmo não tendo valor jurídico, a relação pode impedir o acesso dos empregadores a créditos de bancos públicos e de algumas instituições privadas. Além disso, um grupo de mais de 80 empresários se nega a adquirir mercadorias das fazendas relacionadas, de acordo com informações do ministério.

A retirada definitiva dos nomes pode ocorrer se, no prazo de dois anos, os problemas encontrados pela fiscalização forem sanados. Embora não estejam na "lista suja" a Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar) e a Sidenorte Siderúrgica, que também já foram autuadas pelo ministério como co-responsáveis pelo uso de mão-de-obra escrava em carvoarias, também destinaram recursos para as campanhas eleitorais.

O Congresso em Foco procurou as oito empresas citadas, mas nenhuma delas retornou os contatos feitos pela reportagem.

Na lista também estão incluídos nomes de políticos, como o do senador João Ribeiro (PL-TO) – que doou R$ 18,75 mil, no ano passado, para eleger a filha Luana Ribeiro (PL-TO) deputada estadual – e o do deputado estadual eleito Francisco Dantas (PMDB-MA), o Fufuca, que destinou R$ 79,8 mil para a própria campanha (leia mais).

Pará na liderança
O Pará é o estado em que foi encontrado o maior número de trabalhadores em condição análoga de escravo no ano passado. Ao todo, 1.062 pessoas foram libertadas em terras paraenses em 2006, segundo o Ministério do Trabalho.

A campanha da governadora Ana Júlia Carepa foi a que recebeu a maior doação das empresas autuadas pelo governo federal. A Cosipar contribuiu com R$ 112,5 mil para a candidatura da ex-senadora. A petista também recebeu R$ 30 mil da Sidenorte Siderúrgica. Procurada pela reportagem, a assessoria da governadora não retornou o contato.

Em maio de 2005, o grupo especial de fiscalização móvel do Ministério do Trabalho retirou 214 trabalhadores de uma carvoaria de propriedade da JR Carvão Vegetal, fornecedora exclusiva de carvão da Cosipar. Os trabalhadores – entre eles, oito menores de 17 anos e seis mulheres – foram encontrados trabalhando e alojados em condições degradantes. A Cosipar é uma das signatárias de um termo de ajustamento para não adquirir carvão produzido por mão-de-obra escrava.

Já a Sidenorte Siderúrgica foi acusada, junto com a Cosipar, de receber carvão de três carvoarias do município de Goianésia do Pará (PA) interditadas pelos fiscais do ministério. As três carvoarias mantinham 28 trabalhadores em condições degradantes de trabalho.
Siderúrgica

O senador Garibaldi Alves também recebeu uma das mais polpudas doações dessas empresas. A Simasa doou R$ 60 mil à candidatura derrotada de Garibaldi ao governo do Rio Grande do Norte. A siderúrgica, do grupo Queiroz Galvão, é proprietária de duas fazendas (uma no Pará e outra em Tocantins), onde foram encontradas 57 pessoas trabalhando em condições degradantes.

Procurado pela reportagem, o gabinete do senador também não se manifestou sobre o assunto.

A Siderúrgica Gusa Nordeste, que teve na sua unidade de Açailândia (MA) 18 trabalhadores libertados, doou R$ 50 mil à campanha do senador José Sarney. A Simasa, que também é signatária da carta-compromisso pelo fim do trabalho escravo na produção de carvão vegetal, investiu R$ 50 mil na candidatura do governador de Sergipe, Marcelo Déda. A reportagem não conseguiu localizar o governador.

A siderúrgica também contribuiu com R$ 35 mil na candidatura do senador José Maranhão, que tentou, sem sucesso, se eleger governador do estado.

A Simasa também apoiou as candidaturas vitoriosas de Olavo Calheiros, irmão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e a do ex-ministro da Comunicação Eunício de Oliveira, com R$ 25 mil para cada.

O coordenador da campanha de Eunício, César Pinheiro, afirmou ao Congresso em Foco que o parlamentar desconhecia a ligação da empresa com o trabalho escravo. "Não temos ligação nenhuma com essa empresa (Simasa). Eles apenas ofereceram e nós aceitamos. Não tínhamos controle de que ela estava envolvida com trabalho escravo", afirmou.

PEC abortada
Um dos líderes da bancada ruralista na Câmara, o deputado Abelardo Lupion recebeu R$ 2 mil da Jorge Mutran Exportações e Importações. A empresa foi autuada três vezes pelo grupo móvel do Ministério do Trabalho. Nas três operações, foram libertados ao todo 101 trabalhadores da Fazenda e Castanhal Cabeceiras, em Marabá (PA).

Abelardo Lupion foi um dos principais opositores à votação da proposta de emenda constitucional que determina a expropriação das terras onde for constatada exploração de trabalhadores em condições análogas à de escravidão. A chamada PEC do Trabalho Escravo já foi aprovada na Câmara em primeiro turno, em agosto de 2004. Desde então, no entanto, enfrenta a resistência da bancada ruralista, que tem conseguido adiar indefinidamente a sua votação em segundo turno.

Novato diz que não sabia
Eleitos para o primeiro mandato na Câmara, os pedetistas Giovanni Queiroz e Dagoberto Nogueira Filho também receberam financiamento de empresas autuadas pelo Ministério do Trabalho. A campanha de Queiroz recebeu R$ 10 mil de José Cristino, proprietário da Agropecuária Mirandópolis, flagrada mantendo 33 trabalhadores em condições degradantes.

Já a Pinesso Agropecuarista doou R$ 5 mil para Dagoberto. Por meio de sua assessoria de imprensa, o deputado disse que, se soubesse da ligação da Pinesso com trabalho escravo, não teria recebido a doação. "Ele não sabia que essa empresa praticava isso. Ele ficou muito chateado". Advogado e administrador de empresas, Dagoberto foi proporcionalmente o mais votado entre os deputados eleitos pelo PDT em todo o país, com 97.803 votos. Em junho de 2004, foram resgatados 52 trabalhadores mantidos na fazenda Mutum (MT), de propriedade da Pinesso.

Eleição perdida
Mas nem todos os que foram financiados com empresas autuadas por trabalho escravo tiveram a mesma sorte. Os candidatos a deputado federal Francisco Luiz Escórcio (PMDB-MA), Eduardo Bernis (PFL-MG) e Marcos Sant’anna (PPS-MG) também foram contemplados com recursos dessas empresas, mas não conseguiram se eleger.

O presidente da Associação Comercial de Minas Gerais, Eduardo Bernis, recebeu R$ 25 mil da Viena Siderúrgica do Maranhão S/A, proprietária de três fazendas (uma no Pará e duas no Maranhão) onde foram encontrados 133 trabalhadores em condições análogas à de escravo. A empresa doou a mesma quantia para o ex-vice-prefeito de Belo Horizonte Marcos Sant’anna.

Já Escórcio, que chegou a ocupar uma cadeira no Senado e na Câmara nas duas últimas legislaturas, sempre na condição de suplente, recebeu R$ 50 mil da Siderúrgica Gusa Nordeste S.A. A empresa foi autuada por ter 18 trabalhadores em regime semelhante à escravidão, no estabelecimento de Pequiá, em Açailândia (MA).

Financiamento privado
Veja a relação dos políticos cujas campanhas receberam doações de empresas e fazendeiros acusados de trabalho escravo

Governadores:
Marcelo Déda (PT) – O governador de Sergipe recebeu 50 mil da Simasa para a sua campanha.
Ana Júlia Carepa (PT) – A governadora do Pará recebeu, ao todo, R$ 142,5 mil da Companhia Siderúrgica do Pará (Cosipar) e da Sidenorte Siderúrgica. As empresas foram acusadas de serem co-responsáveis pelo uso de mão-de-obra escrava em carvoarias.

Deputado federal (eleitos):
Abelardo Lupion (PFL-PR) – Recebeu R$ 2 mil da Jorge Mutran Exportações e Importações. A empresa foi autuada três vezes pelo grupo móvel do Ministério do Trabalho. Nas três operações, foram libertados 101 trabalhadores da Fazenda e Castanhal Cabeceiras, na estrada Marabá (PA).

Dagoberto Nogueira Filho (PDT-MS) – Recebeu R$ 5 mil da Pinesso Agropecuarista LTDA. Dagoberto foi proporcionalmente o mais votado entre os candidatos a deputado federal pelo PDT em todo o país, alcançando 97.803 votos, o equivalente a 8,16%. Em junho de 2004, foram resgatados 52 trabalhadores mantidos na fazenda Mutum (MT), de propriedade da Pinesso.

Eunício de Oliveira (PMDB-CE) – O ex-ministro do governo Lula foi o segundo mais votado do estado nas últimas eleições. A Simasa (Siderúrgica do Maranhão S.A), que detém duas fazendas (uma no Pará e outra em Tocantins), onde foram encontradas 57 pessoas trabalhando em condição análoga à de escravo, doou R$ 25 mil. Giovanni Queiroz (PDT-PA) – Eleito para o seu primeiro mandato, o presidente do diretório regional do PDT no Pará recebeu R$ 10 mil de José Cristiano, proprietário da Agropecuária Mirandópolis, que, em 2004, foi flagrada mantendo 33 trabalhadores em condições análogas à de escravo. Olavo Calheiros (PMDB-AL) - A Simasa doou R$ 25 mil para a campanha do deputado, irmão do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Candidatos a deputado federal (não eleitos):
Francisco Luiz Escórcio (PMDB-MA) – Recebeu R$ 50 mil da Siderúrgica Gusa Nordeste S.A. A empresa foi autuada por ter 18 trabalhadores em condição análoga à de escravo, no estabelecimento de Pequiá, em Açailândia (MA). Eduardo Bernis (PFL-MG) – O presidente da Associação Comercial de Minas Gerais não foi eleito deputado federal, mas recebeu R$ 25 mil da Viena Siderúrgica do Maranhão S/A, proprietária de três fazendas (uma no Pará e duas no Maranhão) onde foram encontrados 133 trabalhadores em regime semelhante à escravidão.

Marcos Sant’anna (PPS-MG) – O ex-vice-prefeito de Belo Horizonte perdeu as eleições para deputado federal. A Viena Siderúrgica do Maranhão S/A, proprietária de três fazendas (uma no Pará e duas no Maranhão) onde foram encontrados 133 trabalhadores em regime de escravidão, doou 25 mil para sua campanha.

Senadores:
José Sarney (PMDB-AP) – Recebeu R$ 50 mil da Siderúrgica Gusa Nordeste S/A, acusada de manter 18 pessoas trabalhando em condição análoga à de escravo.

José Maranhão (PMDB-PB) – O senador tentou se eleger governador do estado, mas perdeu as eleições para seu adversário Cássio Cunha Lima (PSDB). Nas eleições do ano passado, recebeu R$ 35 mil da Simasa. Garibaldi Alves (PMDB) – O senador, que foi derrotado na disputa ao governo do Rio Grande do Norte, recebeu R$ 60 mil da Simasa.

Deputados estaduais (eleitos):
Luana Ribeiro (PL-TO) – Ganhou R$ 18,75 mil do pai, o senador João Ribeiro (PL-TO), proprietário da fazenda Ouro Verde, em Pirraça (PA). Na propriedade rural foram encontrados 35 trabalhadores em condições análogas à de escravo. O senador integra a lista suja do trabalho escravo. Em janeiro do ano passado, o parlamentar, que tem mandato até 2011, foi condenado pelos desembargadores do Tribunal Regional do Trabalho do Pará a pagar indenização de R$ 76 mil por danos morais coletivos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador.

Francisco Dantas, o Fufuca (PMDB-MA) – Fufuca é o proprietário da fazenda Piçarreira, onde foram encontrados 12 trabalhadores em condição análoga à de escravo. Por isso, ele entrega a "lista suja" do Ministério do Trabalho. Doou para sua própria candidatura R$ 79,8 mil. Foi eleito deputado estadual com 30 mil e 39 votos.

Candidato a deputado estadual (não eleito):
Alberto Feitosa (PL-PE) – Não se elegeu, mas recebeu R$ 20 mil da Simasa Siderúrgica do Maranhão S.A.


Fonte: http://congressoemfoco.ig.com.br/Noticia.aspx?id=13821

Até tu Deda?? Sergipe novo...mas com corpinho antigo!

[Saindo um pouco da política]Inscrições para concurso paulista de cachaça estão abertas

Estão abertas as inscrições para o III Concurso Paulista de Cachaça de Alambique. Os produtores poderão efetuar a inscrição no site www.fepagri.com.br até o dia 13 de fevereiro de 2007.

Os participantes deverão enviar três amostras do produto, de acordo com o regulamento que estará disponível no site. O concurso objetiva premiar dentre os inscritos, a melhor amostra, nas categorias envelhecida e não-envelhecida, por meio de análise sensorial realizada por especialistas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNESP/Araraquara.

Os inscritos no Concurso deverão participar de um curso de capacitação sobre Produção e Controle de Qualidade e Aspectos Mercadológicos da Cachaça e Comercialização e Marketing da Cachaça de Alambique, que será oferecido no dia 14 de abril de 2007.

Não será cobrada taxa de inscrição, porém a despesa de envio ou entrega das amostras, na Avenida Feijó nº 87, Centro - CEP: 14801-140 - Araraquara-SP, será de responsabilidade do produtor.

A cerimônia de premiação do primeiro colocado será realizada por ocasião na Fepagri 2007, no dia 14 de abril, às 21h30 nas dependências do Centro de Eventos de Araraquara e Região (Cear).

Agência Sebrae de Notícias


Existe um problema neste concurso, se um julgador julgar pelo menos 5 concorrentes, o último terá sua avaliação alterada obviamente.... Pense num concurso produtivo para a espécie humana.

Sobre as eleições para a Mesa da Câmara dos Deputados e a participação do PSOL

Aos companheiros da
Executiva Nacional do PSOL

Prezados companheiros,

Certos de que a eleição do presidente e demais membros da mesa da Câmara dos Deputados representa mais uma oportunidade de jogar holofotes sobre nosso partido, consideramos acertado que nossa pequena bancada participe o mais ativamente possível do processo. Reconhecemos os esforços dos companheiros da Executiva e parlamentares nesse sentido.

Mas, embora um tanto tarde, consideramos necessário opinar sobre a política adotada por essa Executiva para a eleição: para nós, é um equívoco a participação do PSOL nas negociações supra-partidárias com vistas a lançar uma candidatura alternativa única a Chinaglia (PT) e Aldo Rebelo (PcdoB) – no que a imprensa, entusiasta da idéia, batizou de “Terceira Via”.

Fazem parte da Terceira Via os deputados Paulo Renato (PSDB, ex-ministro da Educação de FHC), Gustavo Fruet (também do PSDB), Raul Jungman (PPS, ex-ministro do Desenvolvimento Agrário de FHC), assim como Luíza Erundina (ex-PT, ex-ministra da Admninistração de Itamar) e Fernando Gabeira (ex-PV, depois PT e agora PV novamente, no momento catapultado pela mídia à condição de paladino da moralidade parlamentar). Todos eles velhos alvos de lutas de sem-terra, docentes e técnicos de universidades, professores e servidores em geral.

Sob o argumento da necessidade de identificar o partido com a independência do parlamento frente ao Executivo, com a luta contra os privilégios dos políticos e pela ética – bandeiras evidentemente justas, mas insuficientes – , a política até aqui implementada parece ter deixado de lado a bandeira da independência do próprio PSOL, e a dos trabalhadores que representa, diante do limitado e corrupto regime “democrático” patronal.

É ingênuo atribuir essa diluição de nossa personalidade política – socialista, radical e de luta – apenas à manipulação da mídia. Injusto culpar nossos parlamentares por não estarem conseguindo furar um suposto bloqueio da mídia.

Para nós, a imagem do PSOL ficou em segundo plano porque o PSOL está no lugar errado. Ao optar por esse caminho, a executiva do partido partiu do pressuposto de classe equivocado e meteu o PSOL, de forma preocupante, num ninho de cobras cujo objetivo estratégico é oposto ao objetivo dos que constroem um partido socialista dos explorados.

Paulo Renato, Fruet, Jungman e Gabeira buscam contribuir para a recuperação da imagem e prestígio do Parlamento deles. Nosso papel deve ser o de denunciar, com todos os esforços de diálogo necessários, os limites, os compromissos de classe, o caráter anti-democrático e a podridão do parlamento deles. Não é possível (porque não é construtivo em relação a nossos objetivos) estar no mesmo bloco.

Por isso, acreditamos que o correto é, como teria sido desde o início, lançar uma candidatura do PSOL. Propomos considerar, com urgência, a revisão desse rumo, e lançar a candidatura da companheira Luciana Genro, com um programa pela ética, pela punição aos corruptos, pela revisão das reformas votadas sob o regime do mensalão, pela redução dos salários dos parlamentares, pela abertura do Congresso aos movimentos sociais.

Diante da polêmica aberta no partido, consideramos necessária e urgente também uma reunião da Direção Nacional do PSOL, para debater a questão (tendo em vista que a eleição se dará em fevereiro e temos tempo de ajustar a política) e acelerar os preparativos do Congresso do partido. Afinal, o tema da relação com o Congresso e demais instituições da “cara democrática” do regime burguês deve ser alvo de extensa e profunda reflexão no partido – o que esperamos o próximo Congresso venha a permitir.

Sem mais, com saudações socialistas,

Coordenação Nacional do Coletivo Socialismo e Liberdade

A última carta do Michael Moore ao presidente George W. Bush (tradução do Emir Sader)

Estimado Sr. presidente,

Eu lhe agradeço por sua mensagem à nação. É bom saber que o sr. ainda deseja falar conosco depois de como nos comportamos em novembro. Diga-me: posso ser franco? Mandar apenas mais 20 mil soldados não vai dar conta do problema. Isso representa apenas retomar o nível de tropa que tínhamos no ano passado.

E estávamos perdendo a guerra no ano passado!
Já tivemos mais de um milhão de soldados servindo por algum tempo no Iraque desde 2003. Alguns milhares a mais simplesmente não serão suficientes para encontrar essas armas de destruição de massas! Olha, quero dizer: trazes esses responsáveis de 11/9 diante da Justiça!

Bom, apago isto. Tratemos melhor de TRAZER A DEMOCRACIA AO ORIENTE MÉDIO! SIM!!! O sr. tem que demonstrar um certo valor, homem! Tem que ganhar esta! Olha, o sr. encontrou Sadam! O sr. o pendurou bem alto! Eu me encanto olhando o vídeo disso - justo como no velho e selvagem oeste! O mal estava vestido de preto! Os verdugos eram tão feios quanto o enforcado! Viva o linchamento das multidões!!!

Olha, tenho que admitir que eu fico muito consternado pelo rolo em que o sr. se meteu. Como disse Ricky Bobby, "se o sr. não é o primeiro, será o último". E que seja humilhado diante do mundo inteiro não faz a NENHUM de nós, os norte-americanos, nenhum favor.

Sr., escute. O sr. tem que mandar MILHÕES de soldados ao Iraque, não milhares! A única maneira de sair deste rolo agora é inundar o Iraque com milhões de gente nossa! Eu sei que o sr. está com poucos soldados prontos para combater - tem que buscar então em outro lugar! A única maneira pela qual o sr. poderá derrotar a uma nação de 27 milhões - o Iraque - é mandando pelo menos 28 milhões!

Olhe como isto funcionaria. Os primeiros 27 milhões de norte-americanos entram e matam cada um a um iraquiano. Isto evitará rapidamente qualquer insurreição. O outro milhão de gente nossa permanecerá e reconstruirá o país. Simples. Mas eu sei que o sr. está se perguntando onde encontrará 28 milhões de norte-americanos para ir ao Iraque? Temos aqui algumas sugestões:

1. Mais de 62 milhões de norte-americanos votaram pelo sr. na eleição passada (a que aconteceu ao final de um ano e meio de uma guerra que nós já sabíamos que estávamos perdendo). Estou seguro que pelo menos um terço deles desejaria colocar seu corpo no mesmo lugar em que colocaram seu voto e alistar-se voluntariamente. Eu conheço muitas dessas pessoas e ainda que possamos divergir politicamente, eu sei que não estariam de acordo em que outros tivessem que ir lutar uma luta que é delas - enquanto elas mesmas permanecem bem protegidas aqui nos EUA.

2. O sr. pode criar grupos de encontro chamados "mate um iraquiano" em cidades através do país. Eu sei que esta idéia é de um estilo muito do começo do século 21, mas lhe recordo que eu fui uma vez a um grupo de encontro em Lou Dobbs e juro que alguma das melhores idéias chegam depois do terceiro “mojito’. Estou seguro que o sr. conseguirá outros cinco milhões de alistados mediante esse esforço.

3. Mande para lá todos os principais meios de comunicação. Afinal, são seus colaboradores nesta guerra e muitos deles já estão treinados por ter estado dentro das nossas tropas! Se isto não permite chegar aos 28 milhões, então o sr. pode recrutar a todos os espectadores da FOX News.

Sr. Bush, não se dê por vencido! Agora não é o momento de deter-nos! Não pense como um pequeno ganhador, mandando umas poucas tropas super-cansadas. Coloque a sua gente atrás do Sr. e dirija-os para lá como um verdadeiro comandante-em-chefe! Não deixe nenhum conservador de lado! Velocidade máxima para frente! Prometemos que lhes escreveremos! Consiga-os.

Seu, Michael Moore

Nota do Sindicato dos Metroviários de SP sobre o acidente da estação Pinheiros da Linha 4 e implantação de PPPs, terceirizações e privatizações

Diante do mais grave acidente ocorrido na obra da estação Pinheiros da Linha 4 – Amarela, o Sindicato dos Metroviários de SP reitera seu pesar pelo trágico acontecimento da última sexta-feira, 12/01, e se solidariza com todas as vítimas envolvidas no acidente.

Igualmente, o Sindicato reforça seu posicionamento de contrariedade a qualquer Parceria Público-Privada (PPP), terceirização e/ou privatização, reivindicando que as obras da Linha 4 – Amarela sejam interrompidas até que as causas deste e de todos os acidentes já ocorridos sejam apuradas, bem como seja revista e corrigida a forma como a obra está sendo conduzida.

É inadmissível que a vida de cidadãos seja colocada em risco por conta do descaso de órgãos governamentais em parceria com a iniciativa privada.

Luta

Há anos o Sindicato dos Metroviários vem cumprindo o papel de denunciar e tentar barrar a implantação da PPP, principalmente no Metrô, mas o próprio Tribunal de Justiça deu aval à Cia. do Metropolitano e ao governo do Estado para que a PPP da Linha 4 – Amarela fosse concretizada.

Os metroviários chegaram a realizar uma greve de 24 horas no dia 15/08/06 para tentar barrar o processo de privatização do Metrô e colocar em evidência os riscos que os cidadãos correm com uma empresa privada gerenciando um serviço público, essencial.

O objetivo foi alcançado em partes, pois a população passou a debater as mazelas acerca da privatização. Porém, as obras e o processo de licitação continuaram, paralelamente à ocorrência de acidentes nas obras da futura Linha 4 – Amarela.

Antes da última sexta-feira, 12/01, quando um desmoronamento colocou em xeque a vida de trabalhadores da obra e moradores da região, outros dez acidentes vitimaram cidadãos, causando, inclusive, a morte de um operário.

Em virtude da ocorrência dos dez acidentes anteriores, o Sindicato já havia solicitado a fiscalização e investigação das causas dos acidentes, mas não obteve retorno.

Mão-de-obra metroviária

Ao longo dos últimos anos, os metroviários de São Paulo vêm denunciando o processo de esvaziamento do papel estratégico das áreas e dos profissionais que, desde a criação do Metrô, em 1968, foram responsáveis pela excelente gestão das obras e da construção do metrô paulista.

Infelizmente, o governo do Estado e a direção do Metrô passaram a privilegiar os processos de concessão e terceirização, provocando o desmonte das gerências de Projeto Civil, Construção Civil e Montagem, que sempre acompanharam, gerenciaram e fiscalizaram as obras.

A manutenção destas áreas passou a ser considerada “onerosa” e, portanto, o governo do Estado e Cia. acharam que seria conveniente adotar este modelo de gestão que transfere para o consórcio vencedor da concorrência toda a responsabilidade pela execução da obra, sem nenhum controle ou gestão das áreas técnicas do Metrô. E deu no que deu.

Todas as obras realizadas pela Cia. do Metrô eram realizadas com acompanhamento de profissionais com larga experiência e reconhecimento técnico internacional que fiscalizavam as obras metro a metro, tendo a responsabilidade de avaliar as condições de segurança e durabilidade de cada etapa, fazendo sua liberação depois de criteriosa análise técnica.

Esta sistemática garantia a segurança na execução das obras, pois a equipe técnica do Metrô, com conhecimento multidisciplinar, contava com especialistas em escavação, concreto, estrutura, etc. Esta característica de condução das obras do Metrô eram questionados pelas empreiteiras, que alegavam retardar sua produção.

As regras internas que o Metrô estipulava eram muito mais rigorosas. Além das exigências legais, existiam notas técnicas e normas técnicas que as empreiteiras tinham que cumprir.

Medidas que serão tomadas

O Sindicato dos Metroviários de SP não concorda com a isenção da responsabilidade do governo do Estado e da Cia. do Metrô, visto que foi uma decisão política adotar esta metodologia de construção de Metrô, e repudia a tentativa da empreiteira de responsabilizar fenômenos naturais de amplo conhecimento de técnicos e engenheiros, como responsável por esta lamentável tragédia.

Por isso, o Sindicato vai solicitar uma reunião com o governador do Estado, José Serra, para debater a continuidade das obras da Linha 4 – Amarela com a participação dos técnicos da Cia.

Vai solicitar a paralisação temporária das obras, para realização de uma auditoria de órgãos especializados e independentes não só no local do acidente, bem como em toda a sua extensão, para garantir a necessária tranqüilidade de toda a população que vive ao redor das obras.

Também vai cobrar a sua participação no processo de investigação que foi determinado pelo governo; continuará acompanhando de perto e apoiando as medidas que vêm sendo tomadas pelo Ministério Público e Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), inclusive com pedido de instalação de uma CPI.

Outra reivindicação do Sindicato será a efetiva integração da população (principalmente moradora dos arredores das obras) com a empreiteira, para que os cidadãos sejam ouvidos e que recebam as satisfações merecidas. Ocorrências que poderiam resultar em acidentes como o que aconteceu foram relatadas por moradores e operários e ignoradas pela empreiteira, conforme as denúncias veiculadas na imprensa.

Este não é o Metrô que São Paulo quer, nem tão pouco merece.

Por isso, e por repudiar totalmente a forma atabalhoada e irresponsável como as obras da Linha 4 – Amarela estão sendo conduzidas, o Sindicato dos Metroviários de SP trabalhará intensamente para modificar esta situação e garantir os direitos dos cidadãos.



Abaixo relatamos, de acordo com levantamento feitos pelos órgãos de imprensa e pelo nosso departamento, os principais acidentes ocorridos desde março de 2005.



16/03/05: Três operários ficaram feridos após explosão no canteiro de obras da estação Butantã, provocada pela detonação de uma espoleta para implosão de rochas.

21/11/05: Um vazamento de gás paralisa as obras da estação Fradique Coutinho. O problema foi causado por uma escavadeira que danificou a tubulação da Companhia de Gás do Estado de São Paulo (Comgás).

02/12/05: Um funcionário que trabalhava na estação Vila Sônia foi atingido por uma barra de ferro e caiu em um poço de cerca de 27 metros. A vítima quebrou uma perna.

03/12/05: Uma casa afundou e a edícula de outra desabou por causa de uma infiltração de água nas escavações do Metrô entre as estações Faria Lima e Pinheiros. Outras três residências foram interditadas por medida de segurança.

06/12/05: A parede de uma loja na avenida Cásper Líbero, próximo a estação Luz caiu durante a demolição de um prédio vizinho, que dará lugar a estação Luz.

15/01/06: Cabos telefônicos foram atingidos quando técnicos que trabalhavam nas obras do Metrô faziam a medição do nível de água no subsolo próximo a estação Oscar Freire. Cerca de quatro mil casas ficaram sem telefone por três dias.

19/04/06: Uma fissura encontrada na parede de um túnel do Metrô provocou a interdição de oito casas na rua João Elias Saad, próximo a futura estação Oscar Freire.

03/05/06: Um corsa quase caiu em um buraco de aproximadamente 35 metros de profundidade aberto no canteiro de obras do Metrô próximo a estação Oscar Freire, depois de ser atingido por uma picape.

27/06/06: Um operário que trabalhava na obra da estação Fradique Coutinho foi atingido por um deslizamento de terra. Ele ficou parcialmente soterrado e foi levado ao Hospital das Clínicas com ferimentos leves.

03/10/06: O operário José Alves de Souza morreu soterrado depois de um desmoronamento em um túnel de 25 metros de profundidade na estação Oscar Freire. Outro operário sofreu escoriações e foi levado ao Hospital das Clínicas.

07 janeiro, 2007

[Saindo um pouco da política] Imagens do fim do mundo

Como o que não falta é desocupado no mundo, mtos dos mesmos criaram imagens do fim do mundo, seja lá o que isso signifique na cabeças dessas pessoas.

Com um Photoshop na mão e porra nenhuma pra fazer, sairam imagens interessantes, se ligue...

[Saindo um pouco da política] Jogar Pac-Man com um Pinguin


Coisa de quem não tem o que fazer e gosta de jogos antigos.
No link: http://www.pack-with-pepi.co.uk dá pra jogar esse joguinho interessante, dá até pra ver seu desempenho como foi, o meu foi sofrível :(

Morre no Japão o criador do macarrão instantâneo

Momofuku Ando
Ando permaneceu ativo até o fim
O criador do macarrão instantâneo, Momofuku Ando, morreu no Japão aos 96 anos de um ataque do coração. A morte ocorreu na sexta-feira, mas foi anunciada neste sábado.

Ando nasceu em Taiwan em 1910, mas se mudou para o Japão em 1933. Depois da Segunda Guerra Mundial, Ando fundou a Nissin Foods Products Co. Ltd. para fornecer comida barata para o povo.

Ele havia dito que a inspiração para criar o produto ocorreu quando ele viu várias pessoas fazendo fila para comprar sopa de macarrão em um mercado ilegal, durante a falta de alimentos registrada depois da guerra.

O gosto e a facilidade do preparo fizeram com que o produto se tornasse popular em todo o mundo.

A Nissin, que fabrica o "Miojo" no Brasil, lidera desde então a indústria do macarrão instantâneo no mundo, vendendo 85,7 bilhões de porções a cada ano, segundo a agência de notícias Agence France Presse.

No espaço

Ando criou o primeiro tipo de macarrão instantâneo - o "Chicken Ramen" em 1958, mas foi em 1971 que o mais famoso produto foi lançado - o "Cup Noodle" - ou macarrão instantâneo no copo.

Isso porque o produto era vendido com um copo de plástico.

A empresa também criou, em 2005, uma versão do "Cup Noodle" para astronautas japoneses comer no ônibus espacial Discovery.

Em 1999, Ando abriu um museu em Osaka dedicado ao macarrão instantâneo. Ele se aposentou como presidente da Nissin em 2005.

Jornais e empresários japoneses vêm prestando suas homenagens a Ando.

"Ele foi um homem que criou sua fortuna sozinho e desenvolveu um produto famoso no mundo inteiro", disse Akio Nomura, presidente da Câmara de Comércio e Indústria de Osaka à agência de notícias Kyodo.

Ando permaneceu ativo até o fim. Ele fez um discurso de Ano Novo para os empregados da Nissin e comeu o macarrão "Chicken Ramen" com os executivos da empresa.

Fonte: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2007/01/070106_noodlesmorre_mp.shtml

Que Deus o tenha... Que baita inventor...e o povo falando de um tal Santos Dummont :(

06 janeiro, 2007

Nota Pública sobre a "Lei de Incentivo ao Esporte" e o "Timemania".

Recentemente voltamos a ouvir falar da relação esporte e políticas públicas, por conta da tramitação de duas leis que regem o financiamento do esporte. São elas a "Lei de Incentivo ao Esporte" e o "Timemania".

A lei conhecida como "Timemania" foi aprovada como medida provisória em 2005 e sancionada como Lei 11.345/06. Esta propõe aos clubes de futebol uma loteria, onde o povo apostaria nos resultados dos jogos, e uma parte do lucro das apostas seria destinada aos clubes e outra ao pagamento da dívida. Essa lei, por tanto, salva financeiramente os times de futebol que tenham dívidas com o Governo (todos). A arrecadação estimada é de R$ 500 milhões por ano.

Para melhor refletirmos sobre a lei, alguns pontos são importantes: quem está devendo, para quem estão devendo, quem está pagando a dívida e qual é a prioridade. No nosso entendimento, a dívida é dos clubes de futebol com o Governo brasileiro, logo, com o povo brasileiro. Com a lei quem vai pagar essa dívida, é o próprio povo brasileiro. Fica uma lógica inversa, onde o credor paga a dívida em doses homeopáticas. Além disso, poderíamos questionar ainda a preferência em investir dinheiro e estrutura pública no que dá maior lucro, no caso o esporte de rendimento.

A "Lei de Incentivo Fiscal ao Esporte", ou o Projeto de Lei 1.367/03, já foi aprovada na Câmara e no Senado e agora espera sanção do Presidente. A mesma tem como principal característica, a isenção fiscal de Imposto de Renda para quem investir no esporte.

Será que a função de investir no que é mais adequado à população (seja esporte, cultura ou saúde) não deveria ser do governo? O que nos parece é que essa lei avança numa concepção de estado minimizado, que retira do controle e da administração pública elementos importantes. Pior, transforma o patrocinador num benfeitor e recompensa-o com a isenção de impostos.

Com essa leitura inicial podemos apontar grandes preocupações. As duas leis apresentam a nosso ver um caráter neoliberal, não solucionam o problema financeiro do Estado brasileiro e permanecem com a política ineficaz de tapar o sol com a peneira. Isso porque, um direito do povo, que é o esporte, vem se transformando em artigo de luxo, com acesso a poucos e controlado pelo setor privado e com essa lei sancionada, essa prática ganhará mais força.

Por fim, a Executiva Nacional de Estudantes de Educação Física - ExNEEF sugere que essa discussão aconteça nos mais diversos lugares, universidades e escolas, por isso indica aos Centro Acadêmicos que o façam, assim como sugere ao Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte – CBCE que discuta e se posicione, já que o governo não fez e provavelmente não fará nenhum debate ampliado acerca das leis e do financiamento público do esporte.



Executiva Nacional de Estudantes de Educação Física

03 de Janeiro de 2007

05 janeiro, 2007

Fenomenologia do lulismo

RICARDO ANTUNES
O sentido progressista do lulismo, presente em sua história, exauriu-se em seu passado; o traço conservador se avoluma no presente

UM DOS MAIS argutos analistas da política do século 20, o italiano Antonio Gramsci, tecendo considerações sobre o cesarismo/bonapartismo, que considerava sinônimos, disse certa feita que esse fenômeno político, no qual aflora com destaque a figura do "chefe carismático", poderia assumir uma forma progressista ou reacionária: a impulsão fundamental dada pelas forças sociais de sustentação conferia um sentido de progresso ou de reação. César e Napoleão I seriam exemplos progressistas, e Napoleão III e Bismarck estariam atados ao universo reacionário. Este fenômeno esparramou-se pelo mundo afora, chegando aos trópicos. Perón, na Argentina, e Vargas, no Brasil, foram emblemáticos. Antes tivemos o curto ensaio do florianismo militar durante a "República da Espada".
Poderíamos lembrar também, no espectro mais à direita, do janismo, externando um moralismo presente em setores da direita brasileira e do ademarismo, mais ancorado em setores do lumpesinato que também vislumbravam nas dádivas do Estado a alternativa para a sobrevivência.
João Goulart e Leonel Brizola marcaram forte presença: o janguismo e o brizolismo foram herdeiros "de esquerda" do getulismo, cimentados pelo ideário nacionalista, o primeiro mais moderado, e o segundo mais acentuadamente reformista. Collor foi um espasmo, uma espécie de janismo que floresceu nos grotões.
Quebrou-se logo e ensaia um retorno localizado, depois de longa invernada. E qual, então, o significado maior do lulismo, fenômeno relativamente recente?
Se uma resposta mais conclusiva ainda é difícil, é possível ensaiar alguns caminhos. Poder-se-ia dizer, retomando a formulação gramsciana com a qual iniciamos esse artigo, que o lulismo mescla elementos progressistas e conservadores (e não reacionários). O seu sentido progressista, presente em sua história, entretanto, exauriu-se em seu passado. O traço conservador se avoluma no presente.
Sua máxima de que, quando se chega aos sessenta anos na "esquerda é porque tem problemas", é expressão fenomênica do seu conservantismo dominante.
Se nos anos 1970/80 a autêntica espontaneidade de Lula o consolidou como o mais importante líder operário, neste novo milênio sua espontaneidade, esvaziada de sua origem, é preenchida pela contingência e pela vacuidade. Além de messiânico, capaz de "falar direto com Deus", tornando prescindível o partido que ajudou a criar, o lulismo é expressão de um pragmatismo que se molda às circunstâncias, que se atola no mesmismo e estanca no colaboracionismo.
Não é por acaso que o único traço que Lula tem feito questão de repetir, em relação ao seu passado, é que era um conciliador, esquecendo-se que sua vitalidade floresceu por sua prática de confrontação.
Alguém poderia dizer que a atual política de alianças de Lula também fora exercitada por outros políticos com carismáticos, como Leonel Brizola. Vale lembrar, como o líder dos pampas gostava de dizer, que poderia se aliar com qualquer um "porque tinha luz própria". Já a lanterna de Lula é de baixa amplitude; contenta-se com uma profusão de momentos "catárticos" em que viceja o estancamento e aumenta o regozijo dos áulicos. Seu governo de coalizão, abarcando um leque que vai de setores da esquerda a vários espectros da direita (malufiana e delfiniana inclusive, dois símbolos de monta), caminha celeremente para a colisão.
Com dotes de ventríloquo, nas poucas vezes em que recebe os movimentos sociais, fala nos pobres. Em plenário requintado, lasca neodarwinismo político para deleite da malta.
Freqüentemente resvala para o pícaro. Se não bastasse sua recusa "madura" à esquerda, sua conhecida aversão ao trabalho intelectual, em breve poderá reeditar uma frase do ex-governador de São Paulo, Paulo Egídio, que gostava de se definir como "radical de centro".
O apoliticismo sindical de Lula, também presente em sua origem, gerou, enfim, o lulismo, um pragmatismo desprovido do mais remoto radicalismo. O que parece ser um elemento central quando se procura compreender um pouco de fenomenologia do lulismo.

RICARDO LUIZ COLTRO ANTUNES, 53, é professor titular de sociologia do trabalho do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp (Universidade de Campinas). É autor, entre outras obras, de "Riqueza e Miséria do Trabalho no Brasil" (Boitempo).