Aos companheiros da
Executiva Nacional do PSOL
Prezados companheiros,
Certos de que a eleição do presidente e demais membros da mesa da Câmara dos Deputados representa mais uma oportunidade de jogar holofotes sobre nosso partido, consideramos acertado que nossa pequena bancada participe o mais ativamente possível do processo. Reconhecemos os esforços dos companheiros da Executiva e parlamentares nesse sentido.
Mas, embora um tanto tarde, consideramos necessário opinar sobre a política adotada por essa Executiva para a eleição: para nós, é um equívoco a participação do PSOL nas negociações supra-partidárias com vistas a lançar uma candidatura alternativa única a Chinaglia (PT) e Aldo Rebelo (PcdoB) – no que a imprensa, entusiasta da idéia, batizou de “Terceira Via”.
Fazem parte da Terceira Via os deputados Paulo Renato (PSDB, ex-ministro da Educação de FHC), Gustavo Fruet (também do PSDB), Raul Jungman (PPS, ex-ministro do Desenvolvimento Agrário de FHC), assim como Luíza Erundina (ex-PT, ex-ministra da Admninistração de Itamar) e Fernando Gabeira (ex-PV, depois PT e agora PV novamente, no momento catapultado pela mídia à condição de paladino da moralidade parlamentar). Todos eles velhos alvos de lutas de sem-terra, docentes e técnicos de universidades, professores e servidores em geral.
Sob o argumento da necessidade de identificar o partido com a independência do parlamento frente ao Executivo, com a luta contra os privilégios dos políticos e pela ética – bandeiras evidentemente justas, mas insuficientes – , a política até aqui implementada parece ter deixado de lado a bandeira da independência do próprio PSOL, e a dos trabalhadores que representa, diante do limitado e corrupto regime “democrático” patronal.
É ingênuo atribuir essa diluição de nossa personalidade política – socialista, radical e de luta – apenas à manipulação da mídia. Injusto culpar nossos parlamentares por não estarem conseguindo furar um suposto bloqueio da mídia.
Para nós, a imagem do PSOL ficou em segundo plano porque o PSOL está no lugar errado. Ao optar por esse caminho, a executiva do partido partiu do pressuposto de classe equivocado e meteu o PSOL, de forma preocupante, num ninho de cobras cujo objetivo estratégico é oposto ao objetivo dos que constroem um partido socialista dos explorados.
Paulo Renato, Fruet, Jungman e Gabeira buscam contribuir para a recuperação da imagem e prestígio do Parlamento deles. Nosso papel deve ser o de denunciar, com todos os esforços de diálogo necessários, os limites, os compromissos de classe, o caráter anti-democrático e a podridão do parlamento deles. Não é possível (porque não é construtivo em relação a nossos objetivos) estar no mesmo bloco.
Por isso, acreditamos que o correto é, como teria sido desde o início, lançar uma candidatura do PSOL. Propomos considerar, com urgência, a revisão desse rumo, e lançar a candidatura da companheira Luciana Genro, com um programa pela ética, pela punição aos corruptos, pela revisão das reformas votadas sob o regime do mensalão, pela redução dos salários dos parlamentares, pela abertura do Congresso aos movimentos sociais.
Diante da polêmica aberta no partido, consideramos necessária e urgente também uma reunião da Direção Nacional do PSOL, para debater a questão (tendo em vista que a eleição se dará em fevereiro e temos tempo de ajustar a política) e acelerar os preparativos do Congresso do partido. Afinal, o tema da relação com o Congresso e demais instituições da “cara democrática” do regime burguês deve ser alvo de extensa e profunda reflexão no partido – o que esperamos o próximo Congresso venha a permitir.
Sem mais, com saudações socialistas,
Coordenação Nacional do Coletivo Socialismo e Liberdade
Executiva Nacional do PSOL
Prezados companheiros,
Certos de que a eleição do presidente e demais membros da mesa da Câmara dos Deputados representa mais uma oportunidade de jogar holofotes sobre nosso partido, consideramos acertado que nossa pequena bancada participe o mais ativamente possível do processo. Reconhecemos os esforços dos companheiros da Executiva e parlamentares nesse sentido.
Mas, embora um tanto tarde, consideramos necessário opinar sobre a política adotada por essa Executiva para a eleição: para nós, é um equívoco a participação do PSOL nas negociações supra-partidárias com vistas a lançar uma candidatura alternativa única a Chinaglia (PT) e Aldo Rebelo (PcdoB) – no que a imprensa, entusiasta da idéia, batizou de “Terceira Via”.
Fazem parte da Terceira Via os deputados Paulo Renato (PSDB, ex-ministro da Educação de FHC), Gustavo Fruet (também do PSDB), Raul Jungman (PPS, ex-ministro do Desenvolvimento Agrário de FHC), assim como Luíza Erundina (ex-PT, ex-ministra da Admninistração de Itamar) e Fernando Gabeira (ex-PV, depois PT e agora PV novamente, no momento catapultado pela mídia à condição de paladino da moralidade parlamentar). Todos eles velhos alvos de lutas de sem-terra, docentes e técnicos de universidades, professores e servidores em geral.
Sob o argumento da necessidade de identificar o partido com a independência do parlamento frente ao Executivo, com a luta contra os privilégios dos políticos e pela ética – bandeiras evidentemente justas, mas insuficientes – , a política até aqui implementada parece ter deixado de lado a bandeira da independência do próprio PSOL, e a dos trabalhadores que representa, diante do limitado e corrupto regime “democrático” patronal.
É ingênuo atribuir essa diluição de nossa personalidade política – socialista, radical e de luta – apenas à manipulação da mídia. Injusto culpar nossos parlamentares por não estarem conseguindo furar um suposto bloqueio da mídia.
Para nós, a imagem do PSOL ficou em segundo plano porque o PSOL está no lugar errado. Ao optar por esse caminho, a executiva do partido partiu do pressuposto de classe equivocado e meteu o PSOL, de forma preocupante, num ninho de cobras cujo objetivo estratégico é oposto ao objetivo dos que constroem um partido socialista dos explorados.
Paulo Renato, Fruet, Jungman e Gabeira buscam contribuir para a recuperação da imagem e prestígio do Parlamento deles. Nosso papel deve ser o de denunciar, com todos os esforços de diálogo necessários, os limites, os compromissos de classe, o caráter anti-democrático e a podridão do parlamento deles. Não é possível (porque não é construtivo em relação a nossos objetivos) estar no mesmo bloco.
Por isso, acreditamos que o correto é, como teria sido desde o início, lançar uma candidatura do PSOL. Propomos considerar, com urgência, a revisão desse rumo, e lançar a candidatura da companheira Luciana Genro, com um programa pela ética, pela punição aos corruptos, pela revisão das reformas votadas sob o regime do mensalão, pela redução dos salários dos parlamentares, pela abertura do Congresso aos movimentos sociais.
Diante da polêmica aberta no partido, consideramos necessária e urgente também uma reunião da Direção Nacional do PSOL, para debater a questão (tendo em vista que a eleição se dará em fevereiro e temos tempo de ajustar a política) e acelerar os preparativos do Congresso do partido. Afinal, o tema da relação com o Congresso e demais instituições da “cara democrática” do regime burguês deve ser alvo de extensa e profunda reflexão no partido – o que esperamos o próximo Congresso venha a permitir.
Sem mais, com saudações socialistas,
Coordenação Nacional do Coletivo Socialismo e Liberdade
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